quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

O NOVO CÓDIGO FLORESTAL E A TECNOLOGIA TETRA NO INTERIOR DO RIO DE JANEIRO - PERIGO PARA O MEIO AMBIENTE










Autor; Renato Cesar de Oliveira Moreira[1] - RJ 07/12/2011

Estamos aguardando o término da guerra política que se desenrola no Senado e na Câmara dos deputados para formatação do novo código florestal brasileiro, mas, como o novo código irá afetar as comunicações críticas do Rio de Janeiro? Porque a implementação de uma rede TETRA será inadequada e ecologicamente incorreta, caso a Segurança Pública insista em instalá-la no interior do Rio de Janeiro?

1º - uma das acertadas e corretas imposições deste novo código será a restrição de ocupação dos topos de morro. O interior fluminense possui uma topografia denominada "mar de morros" e, em função desta característica geográfica, no interior do Estado do Rio de Janeiro, existem inúmeras áreas de “sombra” nas quais fica prejudicada a transmissão de sinais de rádio.

2º - para uma cobertura TETRA serão necessárias várias ERBs, portanto ocupação de novos pontos em topo de morro, visto que os atuais sítios de repetição não irão atender a demanda de cobertura rádio (TETRA).

3º - em cada novo ponto de repetição será necessário instalar sistemas de refrigeração, iluminação, no-breaks (com baterias estacionárias ou grupo moto gerador); construir torres, estradas de acesso, posteamento, etc.

Também é importante analisar que a quantidade de pontos de repetição (Estações Rádio Base-ERBs)[2], caso o governo estadual seja induzido a implantar o TETRA no interior fluminense, é o custo de dinheiro público para esta operação, pois, se para atender apenas a Região Metropolitana e parte de Niterói (a 4 anos em ainda em fase de instalação) estão previstas, por enquanto, mais de 30 (trinta) ERBs, quantas serão necessárias para atender todo o interior do Rio de janeiro?

No cenário da nova ordem mundial, as questões se tornam cada vez mais mundiais e cada vez menos estritamente locais. Destaca-se, o Meio Ambiente como uma questão primordial, para cada ser vivo deste nosso planeta. Estamos em um momento ambiental delicado, na encruzilhada entre certo e o errado, onde o que é melhor para uma minoria local não é o ideal para a maioria global. Devemos nos conscientizar - e fiscalizar os desvios promovidos pelo interesse econômico, travestidos de políticas públicas, pois o menor desequilíbrio ambiental (em grande parte antrópico) poderá promover uma catástrofe (efeito borboleta) que não trará consequências, apenas a um determinado ecossistema de um país ou de um continente, mas para todos os habitantes do planeta desta frágil biosfera, denominada de "Aldeia Global". É certo que as Telecomunicações (rádio, TV, internet, etc.) têm uma grande importância na formação deste novo cenário construído a partir de uma filosofia Pansocial denominada "Globalização" que, em tese, promoveu, de forma ampla e irrestrita, o conceito de comunicação à distância - através do entrelaçamento das economias, uma maior sinergia entre as nações (nem tanto os Estados, mas, sim a população); e a liberdade de expressão, mesmo que ainda parcial em alguns sistemas políticos (China e Cuba e em alguns países muçulmanos mais radicais), cito, como exemplo, os recentes movimentos sociais no oriente médio.

As inovações tecnológicas de Informação e comunicações (TICs) produziram novos paradigmas em, praticamente, todos os aspectos da vida moderna. Porém, as tecnologias de TIC não podem, ou melhor, não devem transformar-se em vilões contra o Meio Ambiente. È nesse sentido, prejuízo ao Meio Ambiente, que entendo que a instalação de uma rede TETRA no interior do Rio de janeiro será uma agressão a um Ecossistema já fragilizado, principalmente, ao Bioma Mata Atlântica.

Concluindo o autor deixa bem claro que, nada tem contra a tecnologia TETRA. O TETRA, quando bem planejado e implantado, é uma excepcional solução para áreas densamente povoadas, mas, por enquanto, não é o sistema adequado (economicamente e ecologicamente), para atender o interior do Estado Rio de Janeiro.

[1] O autor é Licenciado em Geografia, possui formação técnica em eletrônica e atua a mais de 29 anos em radiocomunicações da PMERJ, foi assessor técnico do DETEL e da SESEG (190 e CFTV), presidiu a comissão de recebimento dos rádios do PAN2007 e atualmente, encontra-se lotado no Centro de Comunicações e Informática - CCI/ PMERJ

[2] Estação Rádio Base (ERB) é a denominação dada a uma solução tecnológica de repetição de sinais que projetada para as permitir que as estações (fixas, moveis e portáteis) se comuniquem dentro de sua área de cobertura

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