quarta-feira, 17 de março de 2010

WiMAX e os países emergentes


Por Mohammad Shakouri*
Fonte: Site Convergência Digital
A banda larga no Brasil é uma das mais caras do mundo. Em comparação com outros 41 países, o serviço oferecido no Brasil ocupa o 38º lugar. Por exemplo, enquanto o Japão vende 1 MBs por R$ 1,93, o preço médio no Brasil é R$ 80.

O baixo desempenho do mercado de banda larga no Brasil, indicado pela sua penetração relativamente baixa (menos de 6%), é atribuída em grande parte aos problemas técnicos e econômicos da infraestrutura de linhas fixas para fomentar a disseminação em massa.

Essa realidade demonstra a necessidade imediata por uma solução de acesso de banda larga wireless (WBA, na sigla em inglês) e deixa uma pergunta no ar: qual tecnologia wireless deve ser adotada?

Nesse caso, o WiMAX surge como uma resposta final para essas dúvidas, graças ao seu desempenho superior e menor custo em relação às tecnologias 3G existentes, que oferecem capacidades limitadas, bem como as equivalentes ao futurista padrão Long Term Evolution (LTE).

O WiMAX foi desenvolvido do zero para oferecer acesso de banda larga wireless de alta velocidade e é a tecnologia 4G disponível atualmente com preços semelhantes ao da 3G. A tecnologia oferece uma ótima opção para os provedores de serviços de telecomunicações fornecerem conectividade de alta velocidade com preços acessíveis, bem como para o governo cumprir seus objetivos sociais e de crescimento.

Para essa finalidade, a tecnologia WiMAX oferece um ecossistema robusto. Os principais membros das indústrias de computação, telecomunicações e Internet se uniram para oferecer o que é considerada uma tecnologia inovadora para suprir a imensa demanda por conectividade.

Existem mais de 555 implementações comerciais WiMAX em 147 países, incluindo o Brasil, que já cobrem mais de 628 milhões de pessoas em todo o mundo. O Brasil está apenas começando o processo de implementação dessa tecnologia, ao mesmo tempo em que outros países emergentes já estão usando a tecnologia WiMAX para ajudar a resolver a exclusão digital.

Além disso, com o sucesso das implementações comerciais em todo o mundo, o WiMAX está conquistando assinantes mais rapidamente do que qualquer outra tecnologia wireless para áreas amplas.

Um bom exemplo é o caso da Rússia, onde a Yota, o nome do serviço da empresa russa de telecomunicações Scartel, oferece serviços de banda larga móvel por meio da inovadora tecnologia 4G WiMAX Móvel. Em setembro de 2008, a Yota lançou seus serviços em Moscou e São Petersburgo.

Desde então, a Yota começou a implementação em outras duas cidades: Ufa e Sochi. Os serviços da Yota agora cobrem uma população total de 20 milhões de pessoas. Em comparação com a maioria dos países europeus, a Rússia possui um nível de penetração da Internet relativamente baixo – mesmo nas grandes cidades.

Até os serviços da Yota serem disponibilizados, o acesso à Internet móvel na Rússia ainda era caro e devagar. As redes 3G, anunciadas há alguns anos, ainda não eram muito populares e nem estavam disponíveis em Moscou. O alvo geral da Yota agora é a implementação de redes em 40 cidades russas, começando com aquelas com população superior a 1.000.000 de habitantes, para depois passar para aquelas com população superior a 500.000 habitantes.

Outro caso, na Índia, demonstra que a Tata Communications é uma das duas líderes em implementações WiMAX no país. O The Economic Times da Índia divulgou que a Tata Communications conseguiu mais de 50.000 assinantes para o seu serviço WiMAX Fixo.

A empresa, com um investimento previsto para a WiMAX no valor de USD 500 milhões para três anos, até o final do ano fiscal de 2012, já instalou mais de 1400 estações base em 140 cidades. As firmas de pesquisa de mercado Maravedis e Tonse Telecom prevêem que o número de assinantes WiMAX na Índia ultrapassará os 13 milhões até 2013.

Um relatório concluiu que a implementação das tecnologias 3G e WiMAX gerarão uma base de usuários razoável ao longo dos próximos 5 anos, até que as implementações LTE comecem a ter algum impacto no país.

Outros países emergentes já estão investindo em tecnologia, como Indonésia, Malásia e parte do continente africano, o que garante implementações WiMAX em todo o mundo, com mais de 100 redes já implementadas.

Nesse cenário global, o Brasil precisa se posicionar rapidamente. Mais espectros devem ser disponibilizados imediatamente para tecnologias de banda larga wireless e WiMAX é a tecnologia disponível no momento para reduzir a exclusão digital.

A disponibilidade da conectividade de banda larga confiável, estável e de baixo custo facilitará a descentralização da atividade econômica e fomentará a colaboração entre grandes organizações e seus parceiros SMEs, formando uma rede de negócios, ou grupo de empresas, altamente competitiva.

E as indústrias de aplicações verticais, como transporte rodoviário, ferroviário e a administração de portos, melhorarão muito não apenas as suas próprias produtividades, mas também minimizarão os custos gerais com logística, tão importantes para a competitividade dos produtos brasileiros para o setor de exportação.

Em resumo, a sociedade brasileira não pode mais arcar com os prejuízos relacionados ao atraso na implementação de uma política nacional de telecomunicações para a promoção da proliferação em massa do acesso de banda larga, que dividirá melhor os ganhos do país em produtividade e eficiência econômica.

Além disso, uma infra-estrutura de banda larga robusta é vital para incentivar as iniciativas governamentais, como os serviços governamentais eletrônicos, melhores oportunidades educacionais e serviços de saúde em áreas rurais ou remotas, bem como nas grandes cidades onde grandes áreas ainda não são atendidas pela conectividade de banda larga.

Uma boa parte do mundo ainda não conta com acesso de banda larga e o WiMAX está provando ser mais adequada do que outras soluções disponíveis para fornecer acesso de banda larga para a maior parte do mundo que ainda segue sem cobertura.

*Dr. Mohammad Shakouri é vice-presidente mundial do WiMAX Fórum

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