sexta-feira, 19 de abril de 2013

Como será a Integração Operacional nos grandes eventos?




No Brasil os recentes ataques terroristas em Boston devém acender uma luz amarela para os grandes eventos internacionais que se aproximam. Nos EUA mesmo havendo uma cultura, nas ações de Segurança Pública e Emergências, contra atos terroristas, não foi possível evitar a carnificina provocada por duas bombas caseiras. A resposta ao incidente, depois do fato consumado, foi rápida e eficiente. Os serviços de emergência e de segurança, demonstraram uma impressionante sinergia e, rapidamente, os locais das explosões foram isolados. As vítimas prontamente atendidas e os primeiros processos de investigação, para rastrear novas possíveis bombas que ainda não tivessem sido deflagradas e a identificação e captura dos autores deste ataque bárbaro foram imediatamente startados. As ações dos órgão de segurança dos EUA foram rápidas e, através de soluções tecnológicas e procedimentos de investigação, os suspeitos foram identificados. No entanto, preocupa o fato deste atentado ter ocorrido em um país que possui as mais modernas tecnologias   de segurança (comunicações, transmissão e analise de imagens, etc.), pois este tipo de ação terrorista de pequeno porte driblou as ações de contenção e controle, implementado pelas forças de segurança de Boston .

E por aqui se algo semelhante ocorre-se? Será que teríamos a mesma capacidade de resposta? A nossa cultura em grandes eventos ainda não foi plenamente testada, o PAN2007 e a RIO+20 fluíram dentro da mais perfeita ordem, por que houve uma segurança eficaz ou por que o público do evento não representava risco concretos para atentados políticos e/ou religioso? As nossas forças de resposta de crise (PM, PC, DPF, PRF, etc.) estão sendo treinadas e novas tecnologias estão sendo adquiridas, mas existe uma calcanhar de Aquiles que deve ser profundamente analisado, a cultura de resistência a integração técnica e operacional. As instituições de segurança pública e emergências no Brasil ainda visualizam as outras corporações como concorrentes. Tenta-se integrar as forças através de soluções de TIC mas - em cada órgão dentro de uma mesma instituição ou mesmo entre instituições, ainda existem disputas veladas de poder. É uma resistência a interoperacionalidade que reflete na utilização das soluções tecnológicas integradoras (rádios, bancos de dados, etc.). Por exemplo, qual sistema de radiocomunicações será adotado no Rio de Janeiro? Qual será a frequência utilizada 380 MHz ou 450 MHz? Qual o sistema de radiocomunicações será utilizado o TETRA (PAN2007) fornecido pela TELTRONICS e SEPURA administrado pela SESEG/RJ ou o sistema de radiocomunicações da EADS utilizado pelo Departamento de Policia Federal ofertado pelo Ministério da Justiça? Quantos centros de comando e controle serão instalados no Rio de Janeiro e em outras capitais e como se dará a estrutura hierárquica no trato das informações da resposta a crises? Quem realmente vai coordenar os despachos dos agentes de segurança pública e emergências para as prováveis ocorrências a serem atendidas? Quais serão os protocolos integradores de ocorrências visto que cada instituição tem seu próprio código de identificação de ocorrências e procedimentos operacionais distintos?

Os eventos serão realizados mesmo com todas as dificuldades elencadas mas não é possível negar que estaremos no fio das navalha.

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