No Brasil os recentes ataques
terroristas em Boston devém acender uma luz amarela para os grandes eventos internacionais
que se aproximam. Nos EUA mesmo havendo uma cultura, nas ações de Segurança
Pública e Emergências, contra atos terroristas, não foi possível evitar a
carnificina provocada por duas bombas caseiras. A resposta ao incidente, depois
do fato consumado, foi rápida e eficiente. Os serviços de emergência e de
segurança, demonstraram uma impressionante sinergia e, rapidamente, os locais
das explosões foram isolados. As vítimas prontamente atendidas e os primeiros
processos de investigação, para rastrear novas possíveis bombas que ainda não
tivessem sido deflagradas e a identificação e captura dos autores deste ataque bárbaro
foram imediatamente startados. As ações dos órgão de segurança dos EUA foram rápidas
e, através de soluções tecnológicas e procedimentos de investigação, os
suspeitos foram identificados. No entanto, preocupa o fato deste atentado ter ocorrido em
um país que possui as mais modernas tecnologias de
segurança (comunicações, transmissão e analise de imagens, etc.), pois este
tipo de ação terrorista de pequeno porte driblou as ações de contenção e controle, implementado pelas forças de segurança de Boston .
E por aqui se algo semelhante
ocorre-se? Será que teríamos a mesma capacidade de resposta? A nossa cultura em
grandes eventos ainda não foi plenamente testada, o PAN2007 e a RIO+20 fluíram
dentro da mais perfeita ordem, por que houve uma segurança eficaz ou por que o público
do evento não representava risco concretos para atentados políticos e/ou religioso? As nossas
forças de resposta de crise (PM, PC, DPF, PRF, etc.) estão sendo treinadas e
novas tecnologias estão sendo adquiridas, mas existe uma calcanhar de Aquiles
que deve ser profundamente analisado, a cultura de resistência a
integração técnica e operacional. As instituições de segurança pública e emergências
no Brasil ainda visualizam as outras corporações como concorrentes. Tenta-se
integrar as forças através de soluções de TIC mas - em cada órgão dentro de uma
mesma instituição ou mesmo entre instituições, ainda existem disputas veladas
de poder. É uma resistência a interoperacionalidade que reflete na utilização
das soluções tecnológicas integradoras (rádios, bancos de dados, etc.). Por
exemplo, qual sistema de radiocomunicações será adotado no Rio de Janeiro? Qual será a frequência utilizada 380 MHz ou 450 MHz? Qual o sistema de radiocomunicações será utilizado o TETRA (PAN2007) fornecido pela TELTRONICS e SEPURA administrado
pela SESEG/RJ ou o sistema de radiocomunicações da EADS utilizado pelo Departamento
de Policia Federal ofertado pelo Ministério da Justiça? Quantos centros de
comando e controle serão instalados no Rio de Janeiro e em outras capitais e
como se dará a estrutura hierárquica no trato das informações da resposta a
crises? Quem realmente vai coordenar os despachos dos agentes de segurança pública
e emergências para as prováveis ocorrências a serem atendidas? Quais serão os
protocolos integradores de ocorrências visto que cada instituição tem seu próprio
código de identificação de ocorrências e procedimentos operacionais distintos?
Os eventos serão realizados mesmo
com todas as dificuldades elencadas mas não é possível negar que estaremos no
fio das navalha.
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