sábado, 5 de dezembro de 2009

Rede de Transporte em Sistemas de Radiocomunicações para Missões Críticas



Em uma rede de Radiocomunicações de Comunicações Críticas e Emergência a tecnologia utilizada para interligação das ERBs é a mesma que é empregada no transporte dos sinais em serviços de Radiodifusão, Transmissões de TV, dados , etc. Este processo, conhecido como “rede de transporte” ou “links” (enlace) de microondas, também possibilita a interligação dos "sites" que atendem a rede de radiocomunicações e dados da Segurança Pública. Esta funcionalidade amplia o controle de toda a rede e promove os necessários recursos para ampliação da área de cobertura dos sítios de repetição. Nos links de microondas os sinais são irradiados através de portadoras com amplitude em torno de 1 centímetro, na faixa de SHF, em um intervalo de frequência que vai de 3 GHz a 30 GHz denominadas como feixe de ondas “centimétricas”. Estas faixas do espectro radioelétrico podem atingir longas distâncias sem que para isso seja necessário emprego de potências muito elevadas. Os links e microondas utilizam dispositivos diretores (parábolas), que apontam diretamente o feixe da antena transmissora (TX) para a receptora (RX), formando o enlace de microonda (LINK). Porém, em função da frequência elevada, qualquer obstáculo (morro, arvores, prédios, nuvens carregadas, chuva, etc.) posicionado entre as antenas TX/RX (por absorção, difração, efeito Fresnel, etc.), provoca a perda da visada e/ou potência do sinal transmitido, podendo interromper o enlace entre os repetidores, de um sistema de radiocomunicações (ERBs), que passam a operar em modo local (ou degradado), impossibilitando seu gerenciamento remoto. Os links de microondas são mais susceptíveis aos obstáculos porque, quanto mais alta a freqüência, mais próxima ela está das freqüências visíveis (ex: a Luz), onde obstáculos provocam áreas de sombra (bloqueios) para os feixes de microondas.
A diretividade do sinal de microondas, permite que o “feixe” de rádio seja transmitido de TX para RX em linha reta e, por este motivo, qualquer obstáculo em seu caminho pode interromper o percurso do sinal. Portanto uma topografia acidentada, como a do Rio de Janeiro, que apresenta obstáculos naturais e artificiais (morros, florestas , prédios o espelho d’água da Baía de Guanabara) é um relevo pouco amigável para este método de enlace. Tomando o Rio de Janeiro como exemplo, podemos afirmar que a Geografia é o motivador e o dificultador das radiocomunicações. As distâncias geográficas criam a necessidade do uso do rádio e a topografia acidentada promove um maior custo nos projetos de radiocomunicações, onde exista a necessidade operacional de redes integradas e redundantes, que é uma característica das redes troncalizadas de padrão TETRA, TETRAPOL, APCO25, etc. - que, de acordo com a demanda, utilizam uma considerável quantidade de links e uma pesada infraestrutura (torres, refrigeração, no-breaks, GMG, etc.). Portanto, para cobrir grandes distâncias através de uma rede de transporte de microondas, serão necessários vários links no meio do caminho. Para garantir a qualidade do sinal transportado, devem ser instalados, no mesmo site, pares de rádio(s) de microondas, receptor(es) e transmissor(es), interligados para atuarem na retransmissão e amplificação do feixe de sinal da origem ao destino, por exemplo, em uma rede de transporte para interligar a cidade do Rio de janeiro e Macaé. Outro fator geográfico a ser considerado em projetos de rádio enlace para atender grandes distâncias, como do Rio de janeiro para Brasília, é a curvatura da terra.

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