quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Smart Grid não é panacéia, mas poderia minimizar os efeitos de um apagão, diz APTEL

:: Ana Paula Lobo*
:: Convergência Digital :: 11/11/2009

A queda de uma linha de transmissão da Usina de Itaipu deixou 18 estados do país, entre eles, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, além do Paraguai sem luz na noite desta terça-feira, 10/11.

O governo atribuiu o blecaute a fenômenos climáticos, mas ainda não há uma poisição oficial. A falta de energia traz à tona a discussão sobre a utilização do Smart Grid, a chamada 'rede inteligente'.

O presidente da Associação de Empresas Proprietárias de Infraestrutura e de Sistemas Privados de Telecomunicações (APTEL), Pedro Jatobá, apesar de favorável à tecnologia, adota postura cautelosa. Segundo ele, "smart grid não pode ser vista como panacéia. Ela não impediria falhas no sistema, mas, certamente, minimizaria os efeitos de um acidente", diz.

"Não podemos ter ilusão. O apagão aconteceu em função da topologia brasileira. O Smart grid ajuda e muito, mas não resolve tudo. Mas é claro que a rede distribuida de forma mais inteligente, certamente, poderia reduzir os efeitos negativos da falta de luz para a população", acrescentou Pedro Jatobá, em entrevista ao Convergência Digital.

Ele observa que a discussão sobre o uso das redes inteligentes começou em 2001, logo após o atentado às Torres Gêmeas, de Nova York. "Se questionou se o ataque fosse a uma usina de energia ou nuclear como ficaria o país. Dai, começou-se a pensar em alternativas, na distribuição inteligente de energia que é o smart grid", destacou Jatobá.

Indagado se o Apagão no Brasil poderia ter sido provocado por um hacker, o presidente da Aptel avaliou que essa probabilidade é 'praticamente nula'. "Nâo vejo como. Os sistemas são extremamente protegidos. Há segurança", observou.

De acordo com especialistas, as experiências com smart grid no Brasil ainda são incipientes. Na prática, as redes inteligentes podem ser usadas para reduzir as perdas técnicas (no próprio sistema de transmissão) como as perdas chamadas ‘não técnicas” (principalmente o furto de energia – os tais gatos).

As perdas “não técnicas” no Brasil são enormes, conforme relata em artigo Peter T. Knight, publicado na revista Banco Hoje, tanto que nas 61 distribuidoras que passaram por revisão tarifária em 2008, a Aneel estima serem as perdas não técnicas em 21 Gwh (gigawatt/horas) por ano com um valor (incluindo impostos não recebidos) de R$7,6 bilhões no ano passado.

As perdas técnicas, que também podem ser reduzidas com uso de tecnologias de Smart Grid, são outros 28,5 Gwh. Segundo ainda o especialista, "os obstáculos à implementação de smart grids parecem ser a cultura conservadora de muitas empresas do setor elétrico, a falta de padronização e interoperabilidade de equipamentos e a multiplicidade de regimes regulatórios.

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