domingo, 1 de novembro de 2009

TETRA NO RIO DE JANEIRO - A EXPANSÃO DA TECNOLOGIA PERIGO ECOLÓGICO?

Na região metropolitana do Rio de Janeiro (incluindo a Baixada Fluminense, Niterói, São Gonçalo, Alcântara e Itaboraí) já se encontra em marcha a implementação da expansão do anel de Cobertura Digital (TETRA), ainda muito deficiente desde sua implantação no PAN2007, onde o ponto mais fraco do projeto continua sendo os terminais portáteis que ainda apresentam várias deficiências técnicas e operacionais que estão sendo corrigidas (atenuadas) desde 13 de julho 2007 , dia do inicio da operação do sistema, quando foi gerenciado exclusivamente pelos técnicos da SENASP e da fornecedora da tecnologia com protocolo TETRA. A gestão atual é realizada pela Superintendência de Telecomunicações do Governo do Estado do Rio de Janeiro (antigo DETEL) ainda com a assessoria da empresa fornecedora da tecnologia. No final de 2008 a SESEG adquiriu, através de licitação, mais 15 (quinze) Estações Rádio Base (ERB) em um investimento de R$ 6.000.000,00 (seis milhões de reais) que, pelos estudos da Superintendência Estadual de Telecomunicações (SUTEL) e da empresa fornecedora da tecnologia TETRA a TELTRONIC, irão promover o aumento na área de cobertura digital da PMERJ e das demais Forças de Segurança Pública Estadual (PCERJ e CBMERJ), inclusive da Guarda Municipal do Rio de Janeiro (GMRJ). Este reforço na infraestrutura de ERBs, para tentar solucionar as deficiências da cobertura digital na região metropolitana do Rio de janeiro, possibilita a aquisição de mais terminais (fixos, móveis e portáteis) de tecnologia digital TETRA de qualquer fornecedor qualificado.
Porém, a topografia do Rio de Janeiro torna-se um desafio a mais, para um futuro avanço da nova tecnologia nas regiões do interior fluminense. A implementação da nova tecnologia TETRA no PAN2007 não contemplou o Interior do Estado do Rio de Janeiro representado pelas Regiões de Governo: Noroeste Fluminense, Norte fluminense, Serrana, Baixadas Litorâneas, do Médio Paraíba, Centro Sul Fluminense e da Baía da Ilha Grande, portanto, estas regiões, devem ter seu atual sistema de Radiocomunicações Analógico modernizado ou substituído, contudo, o estrato geográfico que compõem a formação do relevo Fluminense é o maior agente dificultador (geográfico e econômico) para a expansão da rede digital TETRA para o interior. Como o relevo do fluminense é diversificado e acidentado, destacando-se as planícies costeiras, as colinas e os maciços litorâneos, as escarpas do planalto, denominadas Serra do Mar e Serra da Mantiqueira, e o Vale do Paraíba do Sul, estas características geomorfológicas fazem da topografia do interior do Estado do Rio de Janeiro um verdadeiro “Mar de Morros” fato geológico que pode elevar consideravelmente os custos para os cofres do Governo Estadual na implementação de uma tecnologia digital TETRA nestas regiões, por exemplo, para cobrir apenas a região Metropolitana, a princípio, será necessária a instalação de 30 (trinta) ERBs, portanto, os custos da infraestrutura, para montar uma arquitetura de rede que atenda as regiões do interior Fluminense, serão enormes. Outro fator que inviabiliza (economicamente) o emprego de uma tecnologia digital, de alto custo, é a densidade demográfica destas regiões, pois ao estudar-se a ocupação dos espaços urbanos observa-se que a maior concentração de habitantes (76%) encontra-se na Região Metropolitana. No interior, a região do Vale do Paraíba é a mais populosa, porém representa somente 5% do total estadual, com maior concentração em Volta Redonda (8 mil hab/Km²). As regiões menos povoadas são a noroeste e a norte com densidades variando entre 19 e 108 hab/Km².
A questão Ambiental também deve ser profundamente analisada antes da instalação de um enorme numero de ERBs no interior. As futuras ERBs para maior eficiência de cobertura, em sua maioria, irão ocupar os Topos de Morro que ainda preservam vestígios importantes do Bioma Mata Atlântica, portanto, estes pontos do altiplano do Rio de Janeiro, que são considerados, pela Legislação Ambiental brasileira (Lei 9605, Lei 9.602 regulamentada pelo Decreto 99.274, Lei 6.938, etc.), como áreas de preservação permanente. Estudos sérios e apurados deverão ser realizados (EIA/RIMA) e aprovados pelos órgãos ambientais (Municipais, Estaduais e Federais) responsáveis por estes locais. Os Impactos Ambientais, mesmo que mitigados, serão enormes pois além das edificações (torres e edículas) que devem ser construídas serão necessários os sistemas de suporte de energia e refrigeração. Ocorre que a tecnologia TETRA, atualmente empregada, que exige ambientes amplamente refrigerados, demandará consumo elevado de energia já que fatalmente haverá a necessidade de instalação de muitas ERBs no interior do Rio de Janeiro o que promoverá uma considerável contribuição no processo de aquecimento global.

2 comentários:

  1. Bela Explanação. Mostra a realidade das comunicações em nossa Polícia Militar.

    Acho que foi um erro enorme a implantação deste sistema que para funcionar tem-se que gastar rios de dinheiro com estações repetidoras, pois o alcance deste tipo de rádio é mais curto que o nosso analógico.

    Sou do tempo do equipamento "teletec" VHF e no tempo que o BPRv utilizava os velhos motorolas de um só canal que na maioria das vezes não falavam.

    Maré 36 12º e 7º BPM, Maré 46 6ª CIPM, Maré 31 RPMont , Maré 32 BPFMA, Maré 33 BPRv, Maré 70 BOPE. Maré Zero Unidades da Capital com excessão do BOPE, e as redes com os prefixos dos batalhões do Interior. Maré 11, Maré 25, e por aí vai.

    Parabéns pelo Blog, gostaria que postasse dicas de como um papa mike pode transmitir e usar bem o equipamento rádio. Um abraço.

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  2. Obrigado!
    Já estou trabalhando para atender sua sugestão.
    Um forte abraço!

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