terça-feira, 28 de junho de 2011

Software livre é insustentável no Brasil


:: Fernanda Ângelo
:: Convergência Digital :: 27/06/2011

Em sua 7ª edição, o estudo “Mercado Brasileiro de Software – Panorama e Tendências” trouxe pela primeira vez uma avaliação sobre a participação do software livre para o resultado total do mercado nacional de software e serviços de Tecnologia da Informação. Os resultados da análise conduzida pela IDC sugerem que os esforços e investimentos do setor público em sistemas open source não têm se traduzido em resultados positivos para o país.

Segundo o relatório divulgado nesta segunda-feira, 27/06, pela Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes), após uma década de apoio ostensivo de muitos representantes da gestão pública no país, em especial do governo federal, e bilhões de reais aplicados neste modelo, a participação do software livre no mercado brasileiro em 2010 foi de apenas 2,95%. O índice equivale a US$ 563 milhões dos US$ 19 bilhões faturados em software e serviços no Brasil durante o ano passado.

Gerson Schmitt, presidente da Abes, destaca que o modelo de software livre praticado no Brasil é insustentável. Principalmente se desconsiderarmos a participação do governo, responsável por 66% da cifra movimentada pelo setor. “A iniciativa privada não investe em software livre no Brasil. O empresariado não investe em algo que não seja produtivo”, dispara Schmitt.

“A pesquisa confirma o que os empresários têm alertado ao governo há anos sem serem ouvidos: o modelo de software livre não produz inovação, demanda mais mão-de-obra, remunera menos toda a cadeia produtiva, não é alto sustentável e seria praticamente inexistente em termos de PIB sem o governo como seu protagonista”, avaliou o presidente da Abes.

E ele disse mais: “não entendemos a quem interessa insistir em mais uma década com uma estratégia que não tem resultados macroeconômicos relevantes, consome recursos milionários e ainda doa conhecimento estratégico de TI produzido com recursos públicos para concorrentes internacionais”. Segundo ele, os concorrentes internacionais respondem por nada menos que 50% dos downloads feitos no portal do software público do governo federal.

Na visão da Abes, seria mais vantajoso para o Brasil fomentar a proteção de propriedade intelectual e estímulo a tecnologias proprietárias com padrões competitivos do que o mercado de software livre. “O governo precisa mudar a política de compras públicas de software livre e serviços. Deve dar preferência à contratação de soluções ou SaaS no lugar de serviços sob encomenda, optando por tecnologias proprietárias, de fornecedores confiáveis, competitivas e com melhores práticas”, finalizou o presidente da Abes.

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